sábado, 5 de novembro de 2016

Um filme que transborda

Tatiana Floris

“Lembrai, lembrai, aquele cinco de novembro. A pólvora, a traição, e o ardil, por isso não vejo como esquecer uma traição tão vil.”


O mascarado conhecido como V

Dirigido por James McTeigue em 2006, pelo mesmo diretor de Ninja assassino (2009) e O corvo (2012), a adaptação da HQ V for Vendetta escrita em 1989 por Allan Moore, se passa num futuro próximo de uma Inglaterra totalitária.

No papel de anti-herói, Hugo Weaving, o vilão de Matrix, dá vida á V, um anarquista combatente do regime opressor do governo inglês. Em sua luta por igualdade, justiça e liberdade, V salva a vida da jovem Evey Hammond (Natalie Portman), por quem se apaixona.

Evey Hammond e V

Contudo, o filme não trata-se apenas de ficção. Boa parte do conteúdo traz clara referência ao passado relembrando ao dia da Conspiração da Pólvora liderada por Guy Fawkes, e também aos regimes totalitaristas, através do culto a um partido único, ao controle da mídia, e a defesa de ideais conservadores.

Há indícios, de que o filme faça referência aos abusos cometidos por soldados americanos contra os prisioneiros da Era Bush entre 2001 e 2006, a criação de códigos de cores que determinam a segurança do país, e a doutrinação do medo.

A máscara utilizada por V, que representa a figura de Guy Fawkes, tornou-se ícone emblemático do grupo hacker anonymous, estendendo-se as mais diversas manifestações que ocorrem pelo mundo, mantendo-se assim, a atualidade em seu discurso. Sendo assim, V de Vingança é um filme que transborda pela história. Passado, presente, futuro podem ser vistos num único instante.

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