sábado, 15 de outubro de 2016

"Se ninguém acredita, não serve pra nada"

Tatiana Floris



















Titulo: O homem que copiava 
País: Brasil
Estréia: 13 de junho de 2003
Duração: 123 min.
Direção: Jorge Furtado
Roteiro: Jorge Furtado

André, aos seus vinte anos trabalha com Marinês, na papelaria do J. Gomide como operador de fotocopiadora. E como muitos jovens brasileiros, ganha mal. Tirando as despesas com o aluguel e a prestação da TV que divide com a mãe, “sobram uns 68” que gasta com umas bobeiras, como uma caneta, ou uma cerveja.

Tudo ia bem, até que André precisa de dinheiro para se aproximar de sua vizinha Silvia, por quem é apaixonado. Sem esperanças, o rapaz retorna a seu trabalho e encontra uma copiadora nova no estabelecimento, uma copiadora colorida. Então André decide copiar uma nota de 50 reais, e com a ajuda de Cardoso consegue trocar por uma verdadeira. A partir daí, o filme promete muitas surpresas.



Além da aclamada direção e roteiro de Jorge Furtado - o mesmo diretor do documentário “Ilha das flores” (1989) e o “O mercado de notícias” (2014) - o filme conta com a participação de um elenco global, formado por Lázaro Ramos, Pedro Cardoso, Luana Piovani, e Leandra Leal.

 Em seu segundo longa, o cineasta consegue criar na personagem de André o retrato da condição social de muitos brasileiros, mas, de uma forma diferente da que é utilizada com frequência em filmes que tratam da desigualdade, como por exemplo, “Cidade de Deus” (2002). 

“O homem que copiava” (2003), nos conduz a uma narrativa extremamente inteligente, suavizada pelo humor, e pelas diversas linguagens incorporadas ao filme, de forma que não há como envolver-se com as personagens, e nos faz refletir sobre a validade do capitalismo “Dinheiro é só um pedaço de papel que todo mundo acredita que vale alguma coisa. Se ninguém acredita, não serve pra nada”, será possível?

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