Conhecido
também como o dia que durou 21 anos, a ditadura militar brasileira colocou os
direitos humanos e a democracia em segundo plano. Trinta anos após seu término,
o Brasil ainda tenta entender suas motivações, efeitos e dar voz a aqueles que tiveram
seus direitos violados. Luta: Substantivo Feminino, aparece nesse contexto,
narrando a história de quase 50 mulheres que lutaram direta ou indiretamente
pela volta da democracia.
Com
ótima introdução de Nilcéa Freire, então ministra da secretária de Políticas
Públicas Para Mulheres, o livro informa e conscientiza. A organização
impecável, traz introdução, contextualização, um acervo significativo de fotos
da época, perfis das presas políticas, depoimentos exclusivos, e guias
informativas sobre movimentos sociais, locais e momentos históricos.
Entre
os melhores momentos do livro encontram-se os relatos Yara Spadini e de Rose
Nogueira, ambas sobreviveram a tortura policial, apesar de terem tido
experiências diferentes. Indiferente da personagem ou do ocorrido todas as
situações são relatadas com respeito necessário as vítimas, e a humanização
possível aos torturadores que representavam naqueles momentos uma instituição,
um governo e uma ideologia.
Luta:
Substantivo Feminino, surgiu da necessidade de reconhecimento da violência
institucionalizada pelo governo ditatorial e propagada pela polícia, faz parte
de um grupo de ações em favor do ‘direito à memória e à verdade’. Mas muito
além de projetos governamentais, a publicação provoca reflexão, e traz o rosto
e a história de pessoas que de outra forma seriam apenas números, devolve a
história e identidade de brasileiras que tiveram seus direitos, corpos e
identidades apagadas da história brasileira.
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